Diário de Campanha

Dois alunos do Colégio da Real Academia Militar

O título de hoje era “O Bebê de Rosemary”, depois explico por que não é mais.

O título de hoje é essa mistura de Colégio Militar onde o Gabriel estudou e Real Academia Militar, onde Winston Churchill estudou aos trancos e barrancos. Por favor, digam que não preciso dizer quem foi Winston Churchill (1874 – 1965)…

Churchill foi muita coisa, mas principalmente primeiro ministro da Grã Bretanha durante a Segunda Guerra Mundial. Uns dizem que foi um gênio estrategista, outros, como o sucessor de Churchill, Clement Attlee, juram: o que Churchill fez durante a guerra foi…………falar sobre ela.

Bom, quem quiser tirar suas próprias conclusões deve ler sobre Churchill.

Certamente Gabriel está entre os fãs de Winston Leonard Spencer Churchill. Que ele não me leia, mas, para mim, Churchill foi meio Forrest Gump, ai que sacrilégio!

Sério. O comitê do Gabriel é cheio de frases de ou sobre Churchill. É seu ídolo e farol. Ótimo, tem gente que prefere Hitler, Stálin, Mao…

Please, digam que não preciso dizer quem foi Churchill, Attlee, Hitler, Stálin, Mao…

O comitê do Gabriel é forrado de frases como ” Você sempre pode contar com os americanos para fazer a coisa certa – depois que eles tentaram todo o resto”. “Minha conquista mais brilhante foi a habilidade de persuadir minha mulher a se casar comigo”. “Eu já tirei mais do álcool do que o álcool tirou de mim”.

Prefiro o lado gozador de Winston. Troca de tiros entre Bernard Shaw (dramaturgo inglês do século 20) e Churchill.

Convite de Bernard Shaw para Churchill:

– Tenho o prazer e a honra de convidar digno primeiro-ministro para primeira apresentação minha peça Pigmaleão. Venha e traga um amigo, se tiver.

Telegrama/resposta de Churchill:

– Agradeço ilustre escritor honroso convite. Infelizmente não poderei comparecer primeira apresentação. Irei à segunda, se houver.

Muito bom!

Gabriel é um gentleman, fez Colégio Militar, por isso é todo cheio de continências. Bem diferente de mim, repleto de inconveniências. Gabriel prefere frase de Churchill como: “Fanático é alguém que não muda de idéia e não muda de assunto”. “Um homem é tão grande quanto as coisas que o deixam com raiva”. “Estou pronto para enfrentar o meu criador. Se o meu criador está ou não preparado para a árdua prova de me enfrentar, esse é outro assunto” (Na véspera do 75º aniversario, quando questionado sobre o medo da morte.). Nunca se renda, exceto às convicções de honra e bom senso.

Se Gabriel segue os passos e saltos de Churchill, vai se dar bem. Em compensação, também vai se dar mal. Foi uma vida atribulada e das mais ricas e interessantes, a de Churchill. Com aquela cara de bebê velho, eu pelo menos nunca imaginei do que ele foi capaz. Daí, voltar ao ex título dessa crônica, “O Bebê de Rosemary”. Porque o próprio Churchill declarava:”Todos os bebês se parecem comigo”.

Conseguem imaginar Churchill jovem e magro como o Gabriel, O Audaz? Sim, e audaz também. Churchill vivia procurando guerras para ficar famoso. E quem procura acha. No mundo dele, ficar famoso não era aparecer na TV, era participar de guerras. Ele participou até de guerra alheia, em Cuba. Foi prisioneiro de guerra e escapou da prisão cinematograficamente na África do Sul. Foi para o Sudão. OK, muitas vezes mais como jornalista que soldado e por pouco tempo, como na carnificina da Primeira Guerra mundial, mas foi.

Foi um conservador, mas com nortes do tipo: ” Viva de maneira a não se arrepender se algo que você disser ou fizer for publicado. Mesmo que o que for publicado seja mentira”. “Quanto mais longe você conseguir olhar para trás, mais longe você verá para frente”. “Se você está atravessando o inferno…não pare”. “O orgulhoso prefere perder-se a perguntar qual é o seu caminho”.

Durante um discurso na Inglaterra, Winston Churchill participava de um entrevista, sempre com seu jeito retórico e detalhista, até que um jovem repórter, inconformado com as longas respostas, diz:

– Será que o Senhor poderia apenas responder sim ou não às perguntas?

Com um sorriso sarcástico Churchill responde:

– Sim, claro. Assim que você me responder se sua mulher grita quando bate nela, sim ou não.

Minha história favorita sobre Churchill é a seguinte:

Lady Astor para Churchill:

– Se eu fosse casada com você, colocaria veneno no seu café.

Ao que rapidamente Churchill respondeu:

– Se eu fosse casado com você, eu o beberia.

Se Gabriel segue os passos e saltos de Churchill, é bom ter cuidado e ele sabe disso. Churchill não foi só vitórias e histórias (engraçadas). Errou muito, errou tanto que, tendo saído como herói da Pátria, ao fim da Segunda Guerra, esperava-se que ganhasse facilmente as eleições e perdeu feio. Perdeu outras também. Ganhou muitas, eleições, guerras e batalhas de ideias.

Era muito ambicioso e ia com muita sede ao pote, daí, suas maiores derrotas. Mas, sua grandeza é inegável, foi um grande líder e, no fundo, como ele mesmo dizia, “não há mal nenhum em mudar de opinião. Contanto que seja para melhor”.

“É preciso coragem para levantar-se e falar, mas também é preciso coragem para sentar-se e ouvir”.

E esta parece ser a frase luva e favorita de Gabriel:  “A lição é a seguinte: nunca desista, nunca, nunca, nunca. Em nada. Grande ou pequeno, importante ou não. Nunca desista. Nunca se renda à força, nunca se renda ao poder aparentemente esmagador do inimigo”.

Churchill foi um estadista e amou sua ilha. Nunca foi Comandante Máximo da Propinocracia, o mais novo título de doutorado de Lula. Gabriel escolheu bem seu farol. Agora, só falta fazer como o velho marinheiro, que durante o nevoeiro, leva o barco devagar para chegar lá!

ps: E pra humilhar os terráqueos e humanos, Churchill se reelegeu primeiro-ministro e morreu aos 90 anos… da causas naturais. Nunca tantos viveram tanto em tanto tempo

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